Como profissional de marketing e alguém que vive a realidade do tratamento de ansiedade, sinto-me profundamente conectada com a missão de compartilhar conhecimento sobre saúde mental. É uma responsabilidade que transcende o profissional, toca o pessoal e entendo como uma utilidade pública.
A era digital nos trouxe inúmeras vantagens, mas também desafios significativos para a nossa saúde. Ouvir os áudios de forma acelerada no WhatsApp por exemplo, é um reflexo claro da urgência que permeia nosso cotidiano. Muitas vezes pela busca da praticidade ou pressa incessante em consumir informações sem "perder tempo", não apenas provoca ansiedade e sobrecarga mental, mas também pode agravar transtornos ansiosos e o estresse diário.
Psicólogos e psiquiatras defendem que quando aceleramos as mensagens, perdemos nuances cruciais da comunicação humana, como o tom e a entonação, que são essenciais para compreender as verdadeiras intenções por trás das palavras. Esta prática nos coloca em um estado constante de alerta, criando gatilhos que podem levar a crises de ansiedade.
É alarmante que o Brasil lidere as estatísticas globais com a maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade, afetando mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, o transtorno afeta cerca de 18,6 milhões de indivíduos, conforme dados da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), o que corresponde a 9,3% da população. Isso destaca a necessidade crítica de abordarmos a saúde mental com a seriedade que merece.
Como alguém que pesquisa e escreve sobre este tema, vejo a importância de uma comunicação saudável e o impacto significativo que a tecnologia tem em nosso bem-estar psicológico. O equilíbrio do uso das ferramentas, na produção de conteúdos, na assertividade, na criatividade surpreendente, pode nos transformar em meras máquinas geradoras de "conhecimentos voláteis". Devemos nos perguntar: estamos usando a tecnologia de maneira que beneficie nossa saúde mental ou estamos permitindo que ela dite as novas normas de comportamento?
É essencial que busquemos equilíbrio e reconheçamos a importância de desacelerar. A saúde mental é um bem precioso e deve ser preservada com cuidado e atenção. Juntos, podemos criar um ambiente digital mais saudável e consciente.
Convido você, leitor, a refletir sobre como a aceleração digital afeta sua vida. Você se sente pressionado a estar sempre disponível e a consumir informações rapidamente? Como isso impacta seu dia a dia e seu estado emocional?
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